Mots-clés :
Extrême droite, néolibéralisme, Bolsonaro, éducation
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Résumé
Depuis les années 1990, les raisons structurelles des problèmes et des faiblesses de l'enseignement public au Brésil ont été éclipsées par le discours sur la nécessité d’adapter celui-ci aux exigences de la société moderne et compétitive. Les politiques publiques sont ainsi devenues une arène de conflit permanent. D'un côté, le discours modernisateur, expression de la rationalité politique du néolibéralisme ; de l'autre, la mobilisation de groupes identifiés avec l'horizon de l'État social. Le programme réactionnaire du gouvernement de Jair Bolsonaro s'ajoute à cette histoire et s'inscrit dans ses différents scénarios de conflit, offrant une tribune publique et donnant la voix à des initiatives conservatrices jusque-là isolées. Cet article examine quatre axes de sa politique en matière d'enseignement primaire et secondaire et explore l'hypothèse selon laquelle les idées et les projets de réforme des décennies précédentes ont stimulé et soutenu ses propositions réactionnaires, par la diffusion d'un idéaire contraire à l'éducation publique et en réaction à une période de renouvellement des connaissances scolaires par l'incorporation de nouvelles problématiques culturelles, environnementales et identitaires.
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